A ideia de ler o livro vem do Projeto ‘Desafio Literário’, mas acabo embarcando na minha própria ideia/meta de leitura, então este também é meu primeiro livro do:
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Quincas Borba
Machado de Assis
L&PM PoKet, 280 páginasPois Bem! Este era o único Romance da Trilogia Realista de Machado que me faltava! E sabe, não importa a ‘densidade’ dos livros Machadianos a cada nova leitura me divirto ainda mais com com a acidez inspiradora delas.
Quincas Borba não é o protagonista do livro que nomeia! [ =O ] (surpresa, surpresa!) É apenas um velho, filósofo, rico que norteia as desventuras de Rubião, o verdadeiro anfitrião da história. Por ele indaguei, no decorrer do livro, o quão perto pode ficar a grandeza de um homem e o ridículo. Um ser cuja a verdade bastava perante a incredulidade (ou incapacidade) dos demais de lhe entender. Figura excêntrica.
O protagonista Rubião é um indivíduo de caráter simples – que beira a ingenuidade – e não parece entender as artimanhas sociais que ‘movem’ o mundo. Acaba agindo sempre pelas circunstâncias e mesmo lutando contra – ou não- acaba engolido pela Vida e destruído pelos que nela mandam. A essência da bondade tola.No fim da vida, Quincas Borba acaba tendo como único amigo Rubião e a ele tenta deixar a mais nobre de suas heranças: a filosofia Humanitista. Acaba, em por menores, também deixando a tutela de um cão que além de carregar seu nome também torna-se seu herdeiro. Rubião torna-se rico, muda-se de cidade e toda a essência da história começa a desenvolver-se. A teoria filosófica de Borba é posta a prova , sem querer, por Rubião e ao final da saga vence pela crença de ser a essência humana.
O Romance, em si, é Machado, mais uma vez, mergulhando na insanidade dos pensamentos humanos: construindo personagens com mentes indecifráveis. Mulheres más (?), ou simplesmente perdidas em truques sociais também vêem à tona neste enredo.
Machado acaba se divertindo (ao tratar acidamente) as custas das teorias cientificas que surgiam no seu tempo. ‘Quincas Borba’ (o livro) debocha do positivismo de Comte e suas teorias sociais, namora com Darwin a cerca da seleção natural e flerta com Nietzsche ao falar do Cristianismo. É um livro muitas interfaces , exige muita perspicácia do leitor…
Ao final, como em quase todo machado que leio, creio que a loucura nos fere e nos mata… mas sem ela não podemos vier! E porque não.. ela é única que nos salva! 🙂
[sim, sim! contaminada pelo pessimismo gostoso do autor!]
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Semana passada, em um encontro com os amigos, refletimos sobre isso.
Deixo uma homenagem, dos primeiros capítulos deste livro:
Nosso destino Amigos! 😉
2 anos.
;**
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O legal de ser um leitor machadiano é o de não ser subestimado. Excelente resenha. E por enquanto, o autolink está fora do ar…vamos aguardar para ver o que acontece.
Beijocas
hahaha
Ainda sou professor !!1!
Mas vamos lá… dois anos!
hahaha
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